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“Strange Planet” tem tudo para ser uma das melhores séries do Apple TV+

A animação estreará na próxima quarta-feira (9/8) no serviço da Maçã

Esqueçam as megaproduções apocalípticas, os dramas prestigiados com estrelas do primeiro time de Hollywood e as comédias edificantes que emocionam legiões de fãs. No momento, a série mais aguardada por este que vos escreve no Apple TV+ é uma animação sobre uns extraterrestres azuis que falam esquisito e cujos cenários raramente passam de um quadrinho pintado de uma cor sólida.

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Se você também está desejando dano solar neste longo e tenebroso inverno ou tem uma afeição particular pelas criaturas que vibram, você sabe exatamente do que eu estou falando: “Strange Planet”, as tirinhas de Nathan W. Pyle que se tornaram um fenômeno nas redes sociais de uns anos para cá — e que chegarão ao streaming da Maçã como uma série de animação inédita a partir da próxima quarta-feira (9/8).

Caso você esteja por fora do hype, vale uma pequena dose de contexto: “Strange Planet” se passa em um planeta extraterrestre com criaturinhas que, se à primeira vista parecem simpáticas amebas azuis não muito semelhantes à nossa imagem, logo se mostram acometidas pelos mesmos problemas, alegrias, ansiedades, medos e hábitos da famigerada experiência humana. Ou seja… somos nós, mas não exatamente.

A grande sacada das tirinhas de Pyle está na sua marca muito particular de humor observacional, com representações muito engraçadas da estranheza intrínseca de situações do dia a dia, sentimentos corriqueiros ou pequenos aborrecimentos que todos nós temos ao longo da vida. A isso une-se o linguajar extremamente literal dos alienígenas azuis — obter dano solar nada mais é do que tomar um bronze, enquanto as criaturas que vibram são nossos amigos felinos — e você tem um terreno fértil para brincar com as dores e as delícias de estar vivo e ter um cérebro pensante no século XXI.

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É bem verdade que a transição do formato de tirinhas para o desenho animado, com situações que precisam se estender para muito além dos três ou quatro quadrinhos habituais, pode ser um passo maior do que a perna pode alcançar. Já vimos, aliás, várias produções que acabaram perdendo sua essência ao serem transportadas de uma mídia para outra — os filmes do Garfield estão aí para sustentar meu argumento, para ficarmos em um outro exemplo nascido nas ilustrações.

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Dois fatores, entretanto, me deixam otimista em relação a “Strange Planet”. O primeiro deles é que a série tem uma grife e tanto na sua equipe criativa: o roteirista e produtor Dan Harmon, que é creditado como cocriador e produtor executivo. Se o nome não lhe é estranho, é fácil explicar — Harmon é o criador de “Rick and Morty”, uma das séries animadas mais icônicas deste século, e de “Community”, uma das sitcoms mais engraçadas das últimas décadas. Ou seja, currículo ele tem de sobra para esta nova empreitada.

O segundo — e possivelmente ainda mais importante — fator que me deixa otimista é o envolvimento completo de Nathan Pyle no desenvolvimento da série. Ao contrário de outros criadores, que se dão por satisfeitos em vender sua propriedade intelectual e assumir um simples papel de supervisão (e defensoria pública) das produções, Pyle é o segundo nome creditado como criador da série e tem total controle criativo sobre ela.

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Vale a pena, aliás, conferir as postagens mais recentes no Instagram do ilustrador, nas quais ele conta alguns detalhes sobre a produção da série e responde algumas perguntas dos fãs. Em uma delas, Pyle explica que um dos fatores mais difíceis de se adaptar na transição foi a dublagem — uma vez que elementos como vozes e entonação não entram na conta das tirinhas, mas são fundamentais na produção da série.

Sobre o elenco de voz: eu tive controle criativo total sobre a série, incluindo as decisões finais sobre as escolhas de dublagem e elenco. Por isso, estou muito animado para que vocês escutem mais das nossas vozes (a partir do próximo dia 9!). Nossa equipe talentosíssima recebeu a tarefa de escalar um grande número de vozes, e foi muito divertido fazer parte deste processo.

Também preciso notar que, seja lá como você tenha imaginado as vozes [dos personagens] ao ler as tirinhas, você provavelmente só precisava de algumas poucas vozes na sua cabeça. Por isso, é inevitável que a série será muito maior do que qualquer leitor poderia imaginar!

Especialmente porque um dos maiores desafios que encontramos com “Strange Planet” foi em relação a nomes — nós nunca demos nomes aos personagens nas tirinhas. Eles eram simplesmente anônimos. E ao fazer a série, nós precisávamos decidir: vamos nomeá-los? E, no fim das contas, decidimos que não. Preferimos seguir sem nomes e, por isso, nos esforçamos muito para escalar dubladores muito distintos.

Nathan W. Pyle.

Notou algo de estranho na citação acima? Sim, é paixão — aquela coisinha que tem faltado tanto nas produções artísticas recentemente, especialmente no mundo do streaming. É um criador falando da sua obra com ardor e cuidando para que ela não perca a sua essência agora que não está mais apenas nas suas mãos. E, seja num épico de Scorsese ou num desenho animado baseado em tirinhas despretensiosas, vocês sempre me verão defendendo as criações artísticas que nascem da paixão.

Mas voltando à dublagem: de fato, o elenco de “Strange Planet” traz nomes bastante distintos — e que não necessariamente são conhecidos por sua experiência na arte da dublagem, o que, ironicamente, pode ser uma excelente escolha neste caso.

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Para ilustrarmos este grupo nada ortodoxo, o elenco da série inclui Tunde Adebimpe (mais conhecido por ser o vocalista da banda novaiorquina TV on the Radio), Demi Adejuyigbe (um veterano dos podcasts que já apresentou programas como “Gilmore Guys” e Punch Up the Jam”), Lori Tan Chinn (atriz, comediante e dançarina que participou de séries como “Orange is the New Black”), Danny Pudi (ator mais conhecido por seu papel como Abed em “Community”) e Hannah Einbinder (atriz que conquistou destaque recentemente como a coprotagonista de “Hacks”).

A mistura vai dar certo? Impossível dizer. Aliás, as reações dos fãs ao primeiro trailer de “Strange Planet” não foram das mais positivas — basta voltar ao Instagram de Nathan Pyle e conferir os comentários, que no geral são bastante educados (olha só, que estranho observar uma fanbase saudável) mas apontam uma certa insatisfação com as entonações e os sotaques dos dubladores. Mas tudo é uma questão de expectativa, não é verdade?

O fato é que todo esse texto nada mais é do que um pedido para que, na próxima semana, você não permita que mais uma série promissora caia no famigerado buraco negro do conteúdo e dê uma chance a “Strange Planet”. Afinal, como eu disse acima, criações que nascem da paixão sempre merecem uma oportunidade.

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