Mais um relatório traz informações relevantes sobre como o departamento de recursos humanos (RH) da Apple lidou no passado com denúncias de assédio/má conduta de funcionários.
A reportagem, que foi publicada pelo jornal Financial Times, colheu relatos de 15 funcionárias da Maçã — o que também inclui ex-contratadas — de vários departamentos e os depoimentos mostram que a empresa não deu o crédito necessário às alegações feitas por funcionárias sobre seus colegas do sexo masculino.
Um dos relatos mais revoltantes presentes na matéria diz respeito ao da ex-funcionária Megan Mohr, a qual afirmou que um colega tirou sua roupa e seu sutiã enquanto ela dormia, inclusive a fotografando após uma “noite platônica”.
Ao relatar o que aconteceu para seus superiores, ela ouviu que se tratou de um “pequeno acidente de trânsito” e que o funcionário, embora tenha feito algo condenável, “não violou nenhuma política no contexto de seu trabalho na Apple” — isso devido ao fato de o ocorrido ter sido fora do local de trabalho, o que nos leva a entender que a empresa, mesmo se decidisse investigar o crime, poderia simplesmente ignorá-lo e não aplicar nenhum tipo de castigo contra o funcionário.
Embora as leis da Califórnia sejam mais rígidas no sentido de impedir que funcionários sejam demitidos por ações fora do trabalho, especialistas afirmam que não seria prudente permanecer com alguém propenso a cometer violência ou agressão e que pode comprometer o relacionamento entre colegas.
Sete das mulheres entrevistadas alegaram que a Apple não teve empatia ao tratar de seus casos, enquanto sete acharam o departamento decepcionante/contraproducente — o que vai de encontro com a intenção expressada publicamente pela empresa de ter “um ambiente em que os funcionários se sintam confortáveis relatando quaisquer problemas”.
Confrontada pela reportagem, a empresa admitiu que alguns dos casos levantados não refletem suas intenções e políticas, assumindo que deveria “ter lidado com eles de maneira diferente”.
A Maçã ainda prometeu fazer mudanças em seu treinamento e processos, mas se recusou a comentar casos específicos por respeito à privacidade dos envolvidos.
via AppleInsider