Eu recebi, o Rafael recebeu, você deve ter recebido… enfim: a Apple Brasil mandou pra TODO MUNDO uma newsletter por email avisando da chegada do iPhone 3G ao Brasil. Controvérsias e preços à parte, uma coisa me chamou muito a atenção: um claro pedido de socorro. 🙁
Saque só:
A Apple deve estar mal das pernas, no Brasil: eles querem que você assista a visita guiada! Vamos lá, pessoal, ajudem! Precisamos auxiliar a visita guiada: mãos à obra!
Piadas gramaticais à parte, fica a dica: o verbo assistir tem dupla transitividade; ou seja, ele pode pedir um complemento com a preposição a ou pedir um complemento sem preposição. No primeiro caso, ele assume o sentido de ver e ouvir, estar presente a um fato ou acontecimento; no segundo caso, porém, ele significa acompanhar um enfermo ou moribundo, prestando-lhe assistência moral ou material. Um exemplo deve esclarecer:
Eu assisto ao Nerdcast por recomendação da Larissa.
Eu assisti meu irmão, quando o iPod classic dele foi parar debaixo de um pneu.
Agora, assistindo a visita guiada depois de assistir a ela, não sei quem escreveu o texto, mas eu digo que uns artigos definidos caíam bem, pois “O que faz iPhone 3G ser tão revolucionário” soa alienígena, meu, quase o E.T. falando! 😛 “Para desligar iPhone completamente…”??? E como se explicam todas as contrações terem o artigo (“do iPhone”, “no iPhone”, etc.), além de ele aparecer aqui e ali? Escorregos do apresentador? Acho que houve alguma confusão na hora de traduzir, pois, em inglês, não usam-se artigos definidos junto a nomes próprios e… bem, eu não sei se iPhone pode ser considerado um nome próprio, mas a confusão já está feita: eu achei que “iPhone é perfeito para mostrar fotos” ficou muito aquém de “O iPhone é perfeito para mostrar fotos”. 🙁
E, cá pra nós, “ai-fone-tri-ji” não é minha idéia de “chega ao Brasil”… ou sou só eu que o chamo de “ai-fone-três-jê”? Já pensou? “Isto é ‘tri-ji’. ‘Tri-ji’ é Caro Claro”? Deve ter sido algum problema com a marca registrada, pois devem ter amarrado a pronúncia… A Apple bem que podia ter feito como o Vick, ao chegar à Alemanha. 😉
No fim das contas, eu acho que a Maçã tupiniquim está precisando de um revisor novo, pois eles devem estar mal, pra deixar um erro primário passar despercebido numa newsletter histórica e fazer um texto tão inconsistente/esquisito para a visita guiada.
Será que eles me aceitariam como revisor em tempo integral? Eu trabalharia em troca de iPods: dois touches de 32GB e um nano de 8GB por mês (cotação Brasil, é claaaro!), e sou deles! 😉
[Fonte: Houaiss Dicionário da Língua Portuguesa.]