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Engenheiro com rede de conserto de iPhones é notificado pela Apple

Um dos temas mais debatidos no mundo jurídico-digital atualmente é o do direito ao reparo e a Apple, embora tenha promovido avanços importantes nos últimos anos nesse sentido — e até chegado a se manifestar publicamente como favorável —, ainda parece estar longe de ser uma empresa referência para a causa.

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Prova disso é o caso do engenheiro colombiano Wilmer Becerra, que foi notificado extrajudicialmente pela Maçã após publicar uma série de vídeos ensinando a consertar produtos da marca. Ele possui uma rede de assistência técnica informal presente em nove países da América Latina e a fama obtida através das publicações (ele já tem mais de 12 milhões de seguidores) despertou os olhares mais atentos da empresa.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Becerra contou que a primeira investida da Apple aconteceu em julho deste ano, quando a empresa o questionou sobre as peças usadas para conserto dos aparelhos. O engenheiro afirmou que as consegue em lojas autorizadas dos Estados Unidos, país onde vêm sendo sancionadas leis que versam sobre o direito ao reparo nos últimos.

Em sua resposta, enviada à empresa em 1º de agosto, ele defendeu justamente o conceito de direito ao reparo. Em suas redes sociais, inclusive, o homem alega que suas ações são mais eficazes na promoção da sustentabilidade do que o sistema de reciclagem da própria Apple, que recebe aparelhos antigos para produzir novas peças.

A “investida” da Maçã contra Becerra repercutiu bastante — o suficiente para chamar a atenção tanto de jornais da América Latina quanto de veículos internacionalmente conhecidos, como o espanhol El País.

O engenheiro, inclusive, tomou providências para se preparar para possíveis prejuízos que poderiam ser causados por eventuais processos na justiça, montando um serviço de produção de capas personalizadas para iPhones — negócio cuja receita custearia o pagamento dos advogados.

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Em meio a toda a repercussão do caso, a Apple — que optou por não comentar o caso ao ser contatada pelo jornal — enviou um segundo comunicado prometendo não tomar nenhuma medida judicial contra o engenheiro, desde que ele deixasse de exibir o logo da empresa em seus vídeos.

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A Maçã também o “convidou” a investir em uma assistência técnica autorizada, mas ele afirmou à Folha que não pretende aceitar a proposta, já que uma das diretrizes da Maçã para serviços de reparo oficiais prevê que as assistências não devem reparar peças com defeito — e sim trocá-las.

Atualmente, o negócio de Becerra está presente em países como Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Peru e Panamá. No Brasil, segundo ele, as barreiras idiomáticas ainda impedem o investimento.

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