O melhor pedaço da Maçã.
Ringo Chiu / Shutterstock.com
Homem testando o Apple Vision Pro

Para ex-chefe da Oculus, Vision Pro é um “devkit” com tecnologia de sobra

O brasileiro Hugo Barra, que já atuou como vice-presidente do Android e, de 2017 até 2021, como chefe da divisão da Meta (então Facebook) responsável pelos dispositivos da Oculus (atualmente Meta Quest), fez uma publicação bastante completa e ponderada sobre o Apple Vision Pro.

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Com propriedade para falar sobre o tema, Barra discorreu sobre uma série de aspectos relacionados ao dispositivo da Maçã, elencando pontos positivos e negativos observados e também relatando o porquê de ter sido uma das pessoas que devolveram o aparelho à Apple após o uso inicial.

Para ele, o Vision Pro pode ser considerado mais como um “kit de desenvolvimento” de alta qualidade, ou seja, um dispositivo cujo principal objetivo é “projetar a curiosidade, os corações e as mentes de todos com sua magia” — especialmente através de “influenciadores de tecnologia entusiasmados”.

Entre os argumentos usados para embasar essa afirmação está o de que o Vision Pro, provavelmente, conta com mais sensores que o necessário para oferecer a experiência pretendida pela Apple — o que seria algo típico para um produto de primeira geração desenvolvido há muitos anos.

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O objetivo do dispositivo, com toda essa “pompa”, seria abrir caminho para o lançamento de um “Apple Vision” mais convencional. A Maçã até poderia ter optado por lançar um dispositivo de meio termo e mais acessível logo de cara, mas provavelmente ele não impactaria tanto em termos de publicidade quanto o headset atual.

Barra acredita que essa abordagem da Maçã foi a correta — pelo menos para a ótica da empresa. A engenharia e a integração completa de tecnologias empregadas pela Maçã teriam resultado em algo superior em comparação a qualquer dispositivo do gênero atualmente, o que dá ares de exclusividade ao dispositivo.

Um dos pontos de destaque foi a forte integração com o mundo real — algo que, segundo ele, acontece no Vision Pro em um nível que nenhum outro headset de realidade virtual chegou perto de entregar até agora, sendo comum apenas em dispositivos focados exclusivamente em AR (como o HoloLens, da Microsoft).

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Essas e outras tantas tecnologias e “mágicas” promovidas pelo dispositivo só foram possíveis agora, graças à maturidade das telas Micro-OLED e também de processadores eficientes em termos de energia para fornecer a computação pesada necessária — no caso, o chip M2, da própria Apple.

Barra também destacou uma possível estratégia utilizada pela Maçã para se destacar em relação à experiência de exibição. Segundo ele, a empresa teria, inteligentemente, embaçado a imagem do Vision Pro para torná-la mais suave e ocultar a pixelização — o que teria eliminado o famoso “efeito porta de tela”.

Por outro lado, Barra relatou problemas significativos de desfoque na qualidade de imagem durante movimentos no modo passthrough (a exibição de imagens do mundo real no contexto da RV) — o que, segundo ele, tornaria o modo praticamente inutilizável por períodos mais longos.

“É apenas desconfortável, leva a uma tensão ocular desnecessária e realmente atrapalha qualquer pessoa que use o headset por longos períodos”, comentou ele, que apontou o problema como uma das várias motivações que o fizeram devolver o produto.

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Outro ponto crucial que motivou essa decisão foi o fato de ele não ser um desenvolvedor ativo — o que tornaria injustificável o investimento de mais de US$4.000 feito no produto, que está à venda apenas nos Estados Unidos por valores a partir dos US$3.500 (mais taxas).


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via The Verge

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