Tá pipocando a notícia de que um grupo de cientistas — desocupados — promoveu um estudo que comprovaria que, ao ser exposto ao símbolo da Apple, o cidadão se torna mais criativo. O mesmo valeria para os comerciais malucos que se disseminam à velocidade do marketing viral.
O teste aplicado exigia que seus participantes dessem novas alternativas para o uso de um… tijolo, após serem bombardeados por flashes dos símbolos da Apple de outras empresas, como o da IBM.
O símbolo motivaria uma dose extra de inspiração para os cidadãos expostos a ele. As outras cobaias dos estudos, pobres meros mortais, atingiram um grau de criatividade menor ao verem o símbolo da IBM “Big Brother”.
Falam até em Campo de Distorção real.
Meu caro leitor, imagine o tempo de pesquisa, os gastos com os testes, os dias analisando os dados, para chegar numa conclusão absurda, inútil e que não traz novidade alguma. Explico: até posso compreender que alguém se sinta mais inspirado ao ver um Mac ou um dos comerciais, e entendo que o símbolo da Apple se destaca em meio aos outros por sua irreverência. Há também o Think Different, que apresenta motivos inspiracionais muito mais sólidos do que a maçã subjetiva. A Apple tem todo um histórico de inovações e criatividade acima da concorrência.
Agora, colocar tudo isso neste patamar, nessa puxação de saco extrema, ao dizer que o desempenho dos pseudo-infectados pela maçã foi melhor apenas por isso? Poupe-me.
A tal pesquisa cai no mesmo cesto da polêmica macusers são como o Mac da campanha da Apple. São coisas que não precisam do sustento de pesquisas supérfluas, prepotentes e que definem apenas uma parcela do público. Usar Macs e sentir-se mais ou menos inspirado ao ver um dos comerciais depende do repertório, conceitos e valores adquiridos de cada um, e são mera consequência de algo muito mais pessoal, subjetivo e complexo do que o proposto pela pesquisa.
[Dica do Vitor de Castro, obrigada!]