O melhor pedaço da Maçã.

App nacional Bella Club é um dos vários censurados pela Apple; empresa protesta

Demorou um pouquinho, mas já temos agora um case de app para iPhone retirado da App Store após a oficialização das novas regras sexuais, divulgadas por Phil Schiller. Não era por menos: quando comentamos o Bella Club (do portal Bella da Semana) no MacMagazine, já citamos que ele iria ao “limite da sensualidade” até então permitida pela Apple em sua loja.

Publicidade

Com conteúdos clara e explicitamente adultos (nada pornográfico, porém — o que é, sim, bem diferente), o Bella Club foi enquadrado pela Apple dentro da sua percepção de títulos eróticos/sensuais pesados demais para a App Store e saiu da loja nos últimos dias. Tal como já havíamos divulgado, nenhuma notificação especial ou explicação foi dada à empresa, o que é péssimo.

Diante da situação, o CEO do Bella da Semana, Alexandre Peccin, resolveu escrever uma carta sobre o assunto, a qual reproduzimos na íntegra abaixo:

Apple imita a China

A multinacional Apple, já conhecida por não deixar que os donos de iPhones instalem o aplicativo que desejam em seu telefone, agora imita a censura chinesa e resolve definir o que é adequado ou “altamente inadequado” — conforme palavras do vice-presidente da Apple, Phil Schiller, em entrevista ao The New York Times — aos usuários do aparelho. Ou seja, os donos de iPhone não podem decidir o que é adequado, pois a Apple já decidiu por eles. É como se o usuário comprasse um computador novo e a fabricante do equipamento só permitisse a instalação de aplicativos vendidos e liberados por ela.

Este fato derruba a liberdade de expressão, bem como a liberdade sexual — avanço que, em países civilizados, permite que cidadãos possam acessar todo tipo de conteúdo, seja sensual, erótico, pornográfico ou gay, de acordo com sua própria vontade.

Cinco mil empresas acreditaram na Apple e investiram tempo e dinheiro para lançar aplicativos na App Store, inclusive seguindo os critérios obscuros do que é “adequado” para a companhia. Após isso, são repentinamente avisadas de que seus aplicativos foram retirados do ar, de forma totalmente arbitrária.

O mais curioso é que aplicativos da revista Playboy e calendários de mulheres seminuas da Sports Illustrated não foram retirados do ar. A explicação de Schiller para casos como estes seria de que se trata de “empresas conhecidas com material publicado em formato de grande aceitação”. É como se os outros países também não possuíssem conteúdos de “grande aceitação”. Novamente, a Apple tomou a decisão sozinha.

Isto nos leva a questionar qual será o próximo passo da Apple. O bloqueio do Safari, seu navegador, para sites que a empresa considera inadequados?

A Apple precisa, enfim, adaptar-se ao mundo democrático. Precisa derrubar as barreiras que impedem a livre circulação de todos os aplicativos, o que inclui deixar para trás critérios subjetivos de aprovação de conteúdos e a obrigatoriedade da passagem pela Apple Store. Assim como fazem todos os fabricantes de computadores e de sistemas operacionais, a empresa deve sim liberar em sua loja os apps com conteúdo sensual, pornográfico ou gay.

Ontem, surgiu no iTunes Connect uma nova categoria de apps “Explicit”, que infelizmente sumiu tão rápido quanto apareceu. Mesmo assim, fica a esperança de que a Apple esteja trabalhando em alguma forma de resolver esse impasse e trazer de volta os mais de 5.000 apps retirados de sua loja desde a semana passada.

Ver comentários do post

Compartilhe este artigo
URL compartilhável
Post Ant.

Especulações sugerem que iPad será primeiro produto da Apple a trazer Bing como buscador padrão

Próx. Post

Confira os destaques da reunião anual de acionistas realizada hoje na Apple

Posts Relacionados