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Reportagem expõe impasse sobre futuro da Siri dentro da Apple

Tada Images / Shutterstock.com
Siri no iPhone

Uma nova reportagem publicada hoje pelo The Information revelou alguns detalhes interessantes sobre desenvolvimento da Siri e a implementação de tecnologias de inteligência artificial dentro da Apple, a qual tem sofrido com a saída de engenheiros e com uma falta de confiança do seu time no futuro da assistente virtual.

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De acordo com o veículo, pessoas que trabalharam nos times de IA e aprendizado de máquina (machine learning) da Maçã disseram que a falta de ambição da companhia e problemas organizacionais prejudicaram não só a Siri, mas também outros produtos da empresa. A assistente virtual, inclusive, seria motivo de piada até mesmo entre os próprios funcionários da Apple, dado as suas várias (e muito conhecidas) limitações.

Um dos maiores revezes na história da Siri aconteceu em 2018, quando uma série de “brigas territoriais” e “discussões acaloradas” sobre o futuro da assistente acabou dividindo a equipe da empresa. Segundo os ex-funcionários, a liderança do time da Siri não queria investir em ferramentas para analisar o uso da assistente, o que deixou os engenheiros sem informações básicas — como o número de pessoas que usavam a Siri e o quão regularmente elas pediam a ajuda da assistente.

Essa postura ultracautelosa da Apple fez com que muitos engenheiros deixassem a empresa para trabalhar com modelos de linguagem grande (LLMs, na sigla em inglês) em outras gigantes da tecnologia, com destaque especial para o Google. Segundo a reportagem, o próprio CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo. da companhia de Mountain View, Sundar Pichai, chegou a convidá-los a fazer troca. O diretor executivo da Maçã, Tim Cook, por sua vez, até tentou convencê-los a ficar, mas sem muito sucesso.

Ademais, a Apple também não estaria interessada em adotar, pelo menos por ora, um modelo de linguagem parecido com o ChatGPT, da OpenAI — já que, apesar de impressionantes, essas tecnologias ainda produzem respostas cheias de imprecisões, o que poderia manchar a imagem da empresa. Além disso, a Maçã ainda preferiria que as respostas da Siri fossem escritas por um time de 20 pessoas do que geradas por IA.

Os engenheiros disseram ainda que passaram meses tentando convencer os designers da Siri de que nem toda resposta da assistente precisa passar por uma verificação humana, mas não obtiveram sucesso. Eles também sugeriram que a empresa adotasse um sistema que ajudasse os usuários a relatar uma resposta errada ou inapropriada por parte da Siri, mas que foi rejeitado.

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A reportagem também relembrou o projeto “Blackbird”, cujo objetivo era reescrever a Siri do zero para deixá-la bem mais leve e responsiva. Além disso, a assistente passaria a rodar no próprio dispositivo em vez de na nuvem e também teria vários dos seus recursos passados para os próprios desenvolvedores.

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Essa iniciativa, entretanto, perdeu muita força com criação do projeto “‌Siri‌ X”, que apenas focava em tornar parte do funcionamento da Siri local. Boa parte dos funcionários do projeto “Blackbird” foram levados para o “‌Siri‌ X” (finalizado em 2021), o que efetivamente matou o projeto.

Revelações interessantes, não?

Notas de rodapé

  • 1
    Chief executive officer, ou diretor executivo.

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