O melhor pedaço da Maçã.

Os donos da bola

It’s my way or the highway.

Ninguém gosta de ser deixado de fora de uma festa. Imagine que um garoto acabou de ganhar uma bola de futebol novinha em folha e que ele chama todo mundo pra inaugurar o brinquedo, mas deixa seu melhor amigo de fora. Pior ainda: deixa seu melhor amigo e você de fora. 🙁

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It's my way or the highway.
It's my way or the highway.

A reação inicial é dizer que este garoto é um pedante, petulante, um filho duma pessoa, uma criatura desalmada com vocação pra ser ditador, genocida e merecedor de um julgamento de guerra no Tribunal de Genebra. Mas… a bola é dele, não é? Então, de acordo com os princípios da propriedade privada, ele tem o direito de regular quem tem acesso a ela. Se ele veta você e seu melhor amigo, azar: é um direito dele tanto quanto é um direito seu impedir que ele jogue no seu PS3. Chato e revoltante? Sim. Ilegal? Não. 😐

A questão é: de quem são a App Store, o iPhone, o iPod touch e o OS X iPhone? São da Apple, não são? Então por que ela deveria ser obrigada a deixar todo mundo usar e abusar deles da maneira que entendesse?

Não sou a favor de práticas ditatoriais ou simplesmente estúpidas, apenas fico intrigado quando não dão a César o que é de César. Não é como se a App Store fosse um espaço público, uma praça na qual pessoas são impedidas de entrar por força. A loja pertence a uma empresa e seu espaço é destinado à venda/distribuição de software para uma plataforma que (uia!) pertence a esta mesma empresa. Os aplicativos são dos desenvolvedores, mas devidamente aprovados para produtos Apple.

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Por pior que seja para desenvolvedores como Fraser Speirs (o responsável pelo Exposure), que já ventilou suas queixas, as práticas adotadas pela Maçã são um direito dela. Entre outras coisas, Speirs considera que a situação de só ter a avaliação da Apple depois do software estar terminado leva a um desperdício imenso de tempo e dinheiro, sem falar na dificuldade para conseguir investidores para as empreitadas — que passam a ser de alto risco, diante de um possível veto. Na opinião dele, seria essencial à App Store publicar um código de conduta claro para os desenvolvedores saberem o que pode e o que não pode ser publicado nela, além de abrir um canal de comunicação que permitisse a um programador saber se o conceito de seu aplicativo combina com a iTunes Store ou não.

O estopim dessa reação? Um aplicativo chamado Podcaster recentemente foi rejeitado porque duplicaria funções do iTunes, mais especificamente, a de atualizar podcasts. Mas com o diferencial de que o download de novos episódios poderia ser feito direto por uma conexão Wi-Fi, sem um computador — muito menos o iTunes — agindo como intermediário. Vale ressaltar que Speirs apaixonou-se por tal funcionalidade assim que soube dela e que seu coração se estilhaçou, diante do veto. Como resultado final, ele declarou que não produzirá novos aplicativos para a App Store até que certas condutas dela mudem.

Os vetos ou permissões idiotas que certos aplicativos de iPhone/iPod touch recebem são nada mais, nada menos, do que uma empresa exercendo seu direito de controlar algo que é seu. Tá, o aparelho é seu, não dela, mas a imagem dele ainda pertence à Apple. E iPhones flatulentos não são exatamente o tipo de publicidade que se quer, né?

No fim das contas, a recomendação é não criar expectativas: acima de tudo, a Maçã é uma empresa que quer lucrar e manter-se em sua posição vantajosa. Portanto, nada de assumir que, de uma hora pra outra, ela vai virar apoiadora incondicional de todo e qualquer programa… flatulento. 😉

And that, as they say, is that.

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