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Vision Pro estreará com menos apps otimizados do que o iPhone e o iPad

CARROT Weather para Vision Pro

Na sexta-feira passada, a Apple finalmente iniciou a pré-venda do Vision Pro, divulgando mais detalhes sobre o dispositivo. Apesar de a empresa já vislumbrar diversas aplicações para o headset de realidade mista (AR/VR), a ausência de aplicativos de terceiros no visionOS é um fator que poderá atrapalhar a evolução do novo aparelho no futuro.

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Serviços de amplo uso, como Spotify, YouTube e Netflix, não terão apps para o Vision Pro — nem mesmo as suas versões para iPad poderão ser baixadas no dispositivo. Agora, como ressaltado por Mark Gurman, da Bloomberg, essa ausência de apps de terceiros no nascente dispositivo poderá ser um obstáculo para a consolidação do aparelho no mercado.

Até agora, espera-se que apenas cerca de 230 apps otimizados para o Vision Pro estarão disponíveis quando seu o lançamento ocorrer, embora esse número possa aumentar até o dia 2 de fevereiro. A título de comparação, porém, quando o modelo original do iPhone foi lançado, a App Store já contava com 500 apps, enquanto, quando do lançamento do primeiro iPad, havia mais de 2.000 apps dedicados ao tablet.

Até mesmo apps nativos da Apple bastante utilizados — como Calendário e Podcasts — não estarão disponíveis em uma versão otimizada para o visionOS no lançamento, podendo-se apenas rodar a versão para iPad. Google e Meta também não estão muito dispostos a colaborar com adaptações dos seus apps para o headset.

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Apps desenvolvidos para iPhone e iPad, vale notar, serão também automaticamente oferecidos para o headset, a não ser que os desenvolvedores desabilitem a opção. Eles deverão compor boa parte do número de 1 milhão de apps que a empresa prometeu que estariam disponíveis para o Vision Pro no lançamento.

Como destacado por Gurman, de modo geral desenvolvedores de apps não estão muito animados para criar/adaptar apps para o Vision Pro. Entre os motivos para esse cenário, estão as tensões em torno da comissão cobrada pela App Store por transações feitas em apps, bem como descontentamentos com as políticas da loja e com a empresa.

Além disso, parece estar ocorrendo uma espécie de “dilema da ação coletiva”: por se tratar de uma tarefa dispendiosa, parte dos desenvolvedores está preferindo aguardar para ver se o mercado de apps do visionOS será prolifero o suficiente para valer a pena criar apps para ele. Outros — que não conseguiram um kit de desenvolvimento — tampouco querem gastar US$3.500 em uma unidade do headset.

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Com uma expectativa de vender até cerca de 400 mil unidades do produto neste ano, a base de usuários do Vision Pro será bastante restrita, o que certamente não estimula o desenvolvimento de softwares para o dispositivo. Alguns apps, porém, poderiam ser disponibilizados em sua versão para iPad, embora alguns criadores não o queiram por estarem insatisfeitos com a Apple.

Ainda, outros desenvolvedores acham que seus apps não funcionariam muito bem com o modelo de interação do Vision Pro baseado no movimento dos olhos e das mãos. Alguns jogos, por exemplo, exigem controles de realidade virtual, algo que o dispositivo ainda não conta, de modo a suportar apenas os controladores do Xbox e do PlayStation. O baixo sucesso de outras App Stores — como a do tvOS, a do macOS e a do watchOS — também é um fator desanimador.

Como lembrado pelo The Verge, ainda que não tenha um grande ecossistema de apps, o Vision Pro não está necessariamente fadado ao fracasso por isso. A Apple TV e o Watch, por exemplo, não contam com uma App Store com um número tão grande de apps quanto a do iOS, mas ainda assim os dispositivos têm uma base de usuários considerável e uma boa usabilidade.

Apps otimizados para o visionOS

Mesmo com essas dificuldades, alguns apps, como o do Disney+ e outros de entretenimento, o Slack e alguns da Microsoft estarão disponíveis de forma otimizada. Jogos do Apple Arcade também serão oferecidos para o visionOS, enquanto serviços como Netflix poderão ser acessados por meio do Safari — que tem recursos especiais no caso do headset —, ainda que não com a mesma imersão de um app.

Imagens de outros apps funcionando no Vision Pro também já estão sendo divulgadas. A Appfigures já catalogou ao menos 138 apps desenvolvidos (e otimizados) para o dispositivo, incluindo Keynote, Zoom, Box e até o Night Sky — que deverá oferecer uma experiência bastante imersiva com o headset. O número total, porém, está na faixa de 250 apps otimizados para o visionOS.

Apps de lojas, como o da Lowe’s e o da J.Crew, como repercutido pelo MacRumors, permitem que o usuário visualize produtos de maneira mais imersiva, inclusive inserindo objetos domésticos no local onde eles poderão ser colocados.

Já em matéria de produtividade, dois apps otimizados para o Vision Pro são o PowerPoint — e outros do Office 365, da Microsoft, além do Teams — e o app de chamadas Cisco Webex. Os elementos de ambos ganham toda o campo de visão do usuário, seja com os slides ou com pessoas em grupo junto aos demais recursos.

No caso do app do serviço de armazenamento em nuvem Box, a visualização inclui as pastas e os arquivos do usuário. Ao abrir arquivos em 3D, a exibição também é feita de forma mais imersiva e com as três dimensões. O Zoom, por sua vez, conta com uma interface com elementos suspensos pela tela.

Outra aplicação interessante é a do Navi, app de legendas e tradução. Ao usá-lo no Vision Pro durante uma conversa, por exemplo, à medida que a outra pessoa fala, o app exibe legendas traduzidas do que está sendo falado, o que parece ocorrer de maneira bastante fluida.

Também temos o CARROT Weather,o Fantastical e o Red Bull TV. Todos contam com interfaces bastante imersivas, incluindo diferentes elementos que se destacam, como pistas de corrida no caso do Red Bull TV, bem como o planeta Terra no caso do app de previsão do tempo.

Outros apps otimizados incluem Airmail, ARTE.tv, Crunchyroll, Facades, JigSpace, MUBI, OmniPlan 4, Parcel, PCalc, Sky Guide, Tides e até LEGO Builder’s Journey, que permitirá inserir os conhecidos brinquedos de forma digital no seu campo de visão. A conta @M1Astra, no X (ex-Twitter), e o desenvolvedor Steve Troughton-Smith estão publicando capturas de tela de diversos apps no Vision Pro.

O que estamos acompanhando são os estágios iniciais do ciclo de lançamento de um dispositivo totalmente novo — e que introduziu uma lógica bastante diferente dos demais, que é a computação espacial. Com o tempo, deverão ser liberados mais apps e, a depender da disposição dos desenvolvedores e do sucesso do Vision Pro, as capacidades e os recursos do aparelho poderão ir longe.


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