O ecossistema da Apple é um dos grandes diferencias da empresa. Comprar Macs, iPads, iPhones e/ou iPods e ter uma [Mac] App Store (aplicativos), iTunes Store (músicas, filmes e séries de TV) e iBookstore (livros) à disposição — com direito a iCloud para integrar isso tudo — é um diferencial e tanto. Nós já destacamos, por exemplo, que o ecossistema da Apple está presente em diversos países, superando o de outras empresas como Amazon.com, Google e Microsoft.
Contudo, esse ecossistema tem um propósito muito bem definido pela Apple: tornar tudo mais agradável, simples e fácil para o cliente, impulsionando as vendas de hardware. Para ela, não importa muito se esses conteúdos geram dinheiro, afinal, as margens de lucro em hardwares são grandes o suficiente para compensar um possível ponto de equilíbrio (break-even) na venda do conteúdo.
A estratégia é bem diferente da da Amazon.com, por exemplo, que trabalha com margens baixíssimas em hardwares para colocar o máximo de produtos no mercado e ganhar dinheiro comercializando livros, músicas, filmes, etc. Levando em conta os resultados financeiros das empresas, podemos dizer que o modelo da Apple funciona de forma muito mais satisfatória que o da concorrente.
Mas o que Horace Dediu, do asymco, reparou em um recente estudo é que, depois da chegada da [Mac] App Store, a Apple passou a comercializar seus próprios apps pelas lojas. Com isso, a margem de lucro para as lojas online da Maçã, que antes eram bem baixas (serviam apenas como motor para a venda de hardwares), dispararam. Pelas contas de Dediu, as margens de lucro da Apple para apps de terceiros, músicas, filmes e livros não devem passar de 1-2%. Contudo, para seus softwares (iPhoto, iMovie, GarageBand, Pages, Keynote, Numbers, Final Cut Pro, Aperture, entre outros) a margem deve beirar os 50%.
Traçando uma média geral, a margem de lucro da Apple deve ficar em torno de 15% para suas lojas online. Levando em conta que elas faturaram US$13,5 bilhões em 2012, a firma de Cupertino colocou no bolso algo em torno de US$2 bilhões.
O break-even definitivamente ficou para trás.
