A Apple se posicionou de forma contrária a uma proposta de regulação na Austrália que prevê o escaneamento de mensagens e fotos armazenadas na nuvem em busca de conteúdos relacionados a abuso infantil.
A proposta em questão, divulgada no ano passado, prevê que os provedores detectem e removam tais materiais “quando tecnicamente viável”, além de que providenciem meios para interromper e dissuadir esse tipo de conteúdo.
De acordo com o The Guardian, na sua resposta à proposta, a Maçã alertou que “a digitalização de conteúdo específico abre a porta para a vigilância em massa de sistemas de comunicação e armazenamento que contenham dados pertencentes aos assuntos mais privados de muitos australianos”.
Segundo a empresa, é inevitável que tais recursos de escaneamento se expandam para outros tipos e categorias de conteúdos — o que abre margem para que sejam reconfigurados para encontrar materiais relacionados a atividades políticas, religiosas, de saúde, sexuais ou reprodutivas dos indivíduos.
A empresa sugeriu que a implementação da medida poderia ter “repercussões globais de longo alcance” — principalmente caso seja usada por governos de países que não contam com as proteções legais oferecidas na Austrália.
Curiosamente, esse é o mesmo argumento que foi utilizado contra a própria Apple quando a empresa anunciou um recurso para analisar fotos armazenadas em iPhones a fim de detectar imagens relacionadas a abuso e pornografia infantil.
Incapaz de garantir que a ferramenta não poderia ser utilizada para fins escusos futuramente, a empresa acabou desistindo da ideia, concordando que “as crianças podem ser protegidas sem que as empresas vasculhem dados pessoais”.
via Patently Apple